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Onboarding: o que é e para que serve?

Onboarding, o que é e para que serve?

Sua empresa realizou processos seletivos e contratou novos colaboradores. O próximo passo seria treiná-los, tecnicamente, para o exercício das novas atividades?

 

A resposta é “não, necessariamente!”. Antes disso, o ideal é que o os novos colaboradores sejam totalmente integrados por meio do ONBOARDING e isso significa mais do que prepará-los ou equipá-los, de forma técnica, para a execução das tarefas.

O termo “onboarding”, em inglês, pode ser traduzido como “embarcando” ou “embarcar”. Consiste no processo de ajudar o novo colaborador a se integrar com a organização a fim de que ele se ajuste, de maneira mais rápida e mais tranquila, aos aspectos sociais e de desempenho de seu novo emprego.

Para que o onboarding seja bem-sucedido, é importante que haja um planejamento de como realizá-lo. Além disto, cabe reconhecer que não se trata de uma tarefa exclusiva do RH, pois também é responsabilidade do gestor imediato facilitar a familiarização do funcionário na empresa e sobre o seu papel a ser exercido nela.

Conhecendo um pouco da história

Entre 1863 e 1869 foi construída a primeira Ferrovia Transcontinental, a Ferrovia do Pacífico nos Estados Unidos e na ocasião havia muitos desafios e precárias condições de trabalho. Há quem diga que, já no primeiro dia de trabalho, os trabalhadores recebiam as ferramentas para o árduo serviço, juntamente com a ordem para a construção de quilômetros de ferrovia, sem o necessário treinamento ou instruções prévias e fundamentais sobre aspectos da empresa contratante. Acredita-se, portanto, que a falta da devida incorporação ao ambiente de trabalho resultou em muitos trabalhadores feridos e na perda de algumas vidas por acidentes ou doenças.

Então, em 1979, os professores John Van Maanen e Edgar H. Schein começaram a se aprofundar no conceito do que se tornaria a integração de funcionários e, desde então, atividades de incorporação passaram a ser implementadas em diversas empresas. De lá para cá, muito já se aprimorou em termos de conceito e técnicas, inclusive baseando-se em pesquisas sobre o tema.

Mas quais são os benefícios de um processo eficiente de integração de colaboradores?

A importância de ter um processo de onboarding é enorme, tanto para o novo contratado, quanto para a organização. Aqui destacamos cinco elementos:

  • Melhora o engajamento dos funcionários: um processo de integração feito da maneira adequada ajuda os funcionários a se sentirem mais conectados à organização (o que inclui uma boa compreensão da missão, visão e valores, ou seja, de toda a identidade organizacional). O benefício é que funcionários engajados costumam fazer mais do que lhes é pedido.

 

  • Diminui as taxas de rotatividade (turnover): uma melhor adaptação do colaborador contribuiu muito para sua permanência. A ideia principal é diminuir as dificuldades de se conviver num novo ambiente, evitar os impactos emocionais negativos, bem como restringir os vários medos de realizar as atividades e experimentá-las de maneira proativa e criativa.

 

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OU DEIXAM A EMPRESA NOS PRIMEIROS 90 DIAS”

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  • Melhora a comunicação interna: um processo de integração eficiente fornece condições para que os novos funcionários façam perguntas e recebam as devidas respostas. Sendo assim, dúvidas poderão ser sanadas e, por consequência, o aprendizado será facilitado.

 

  • Esclarece as expectativas de ambos os lados: no processo de integração, empresa e colaborador têm oportunidades de aclarar expectativas. Esse é o momento exato para que as pessoas tomem ciência do que deverão fazer e como fazer. Além disto, ambas as partes poderão responder a grandes questionamentos, evitando assim que se transformem em problemas iminentes e, como resultado, comprometam a produtividade.

 

  • Fortalece a cultura organizacional: Um processo de onboarding eficaz cria um ambiente de apoio, cuidado e coerência, demonstrando não apenas para os novos contratados, mas para toda a organização em si, que os funcionários são valorizados e isso contribuirá para a atração (e retenção) de talentos.

O que estimula a eficiência de um processo de onboarding?

O processo de integração de colaboradores não segue uma receita específica. O que será incluído no método varia de acordo com cada empresa e seus objetivos.

Todavia, em 2010, a Dra. Talya Bauer identificou pilares fundamentais do processo de integração de novos funcionários em um relatório feito para a Society for Human Resource Management (SHRM), conhecidos como os quatro Cs. Essa abordagem foi amplamente reconhecida e adotada por profissionais de recursos humanos em todo o mundo:

  • Clareza (Clarity): Comunicação clara sobre as expectativas, responsabilidades e objetivos do programa de integração. Isso envolve garantir que os novos funcionários entendam completamente o que é esperado deles e como eles se encaixam na cultura e nos objetivos da empresa.

 

  • Cultura (Culture): Fornecer informações e experiências que ajudem os novos funcionários a entenderem e se integrar à cultura organizacional. Isso pode incluir sessões de treinamento sobre valores da empresa, introdução a colegas de trabalho, oportunidades com a alta direção e imersão em práticas e tradições da empresa.

 

  • Conexão (Connection): Estabelecer conexões significativas entre os novos funcionários, suas equipes e a liderança da empresa. Isso pode ser feito por meio de atividades sociais, mentoria, networking e oportunidades para colaboração em projetos.

 

  • Conformidade (Compliance): Garantir que os novos funcionários compreendam e cumpram os requisitos legais, políticas e procedimentos da empresa. Isso pode incluir treinamento em questões de conformidade, como segurança no local de trabalho, políticas de recursos humanos e ética empresarial.

 

Quanto tempo deve durar?

 

O processo de integração pode variar significativamente entre empresas e indústrias, mas muitos especialistas concordam que o período de adaptação deve durar – pelo menos – três meses. Sendo assim, o então conhecido “período de experiência de 90 dias” que antecede a contratação por prazo indeterminado não estaria restrito apenas a observar se o colaborador é de fato aquilo que se espera dele (avaliação esta que começou na seleção e classificação de candidatos), mas em prover as condições necessárias para que ele se adapte à empresa, à equipe de trabalho para formar com esta um todo coerente, fazendo-o sentir-se como um membro antigo ou natural dessa coletividade, preparando-o mentalmente para suas responsabilidades e capacitando-o no conhecimento necessário para revelar todas as suas habilidades a fim de se obter o sucesso. Em tese, o processo finaliza quando o colaborador se torna um membro produtivo da organização.

 

Conclusão

 

O momento que o novo funcionário “embarca” na sua organização é de suma importância. O sucesso da integração do funcionário depende da eficiência do programa de onboarding. Este processo não deve ser menosprezado ou desprezado, mas ao contrário, deve ser considerado como uma estratégia para a melhoria da gestão de talentos de uma organização, ajudando-a consideravelmente a desenvolver e a reter talentos.

 

 

Texto por
Mitzi Siqueira Peres e Sousa

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