Visão captada em três níveis: Neste artigo, exploramos a importância crucial de ter uma visão clara e envolvente para o futuro da sua empresa.
A MISSÃO de uma empresa representa o propósito de sua existência, sua razão de ser! Já a VISÃO representa o patamar que a empresa deseja atingir, o objetivo que ela quer e precisa alcançar em determinado espaço de tempo. Por isso a visão (diferente da missão) pode mudar de tempos em tempos e se aplica, de forma direta, aos agentes internos da organização.
É por meio da visão que se terá a direção para onde a empresa seguirá e quais serão as diversas ações necessárias para que o seu alcance seja possível. Desta forma, o que é necessário ver, antecipadamente, para que se torne realidade?
Walt Disney faleceu cinco anos antes da inauguração da Disney no estado da Flórida (em Orlando/EUA). Inicialmente a Disney estava localizada em Los Angeles, na Califórnia. No dia da inauguração, uma pessoa lamentou o fato de Walt não estar presente para “ver aquilo”. Entretanto, Mike Vance (diretor criativo da Walt Disney) respondeu: “Ele viu e é por isso que ela está aqui.” As pessoas não precisam de uma visão com palavras difíceis e românticas, mas de uma visão clara e bem definida, que possa ser lida e apreendida com facilidade. Ela deve ser algo que arda em cada indivíduo, mas sobre a qual se tem consciência que é muito grande para se fazer sozinho.
Quando não há visão:
- “As pessoas se sentem confortáveis com seu status quo. Com o tempo,
passarão a amá-lo e no final farão de tudo para proteger quem são sem
jamais sonhar com o que poderiam ou deveriam ser.” (Craig Groeschel). - Haverá muitas opções a seguir e, por consequência, haverá o esgotamento, porque a maioria das ideias vai parecer boa e serão
implementadas, todavia, sem muito sentido. - A organização se concentrará em si mesma (seu interior), sem se
preocupar com o exterior (onde estão os clientes) e, por isso, vai ocasionar sua própria morte lenta e dolorosa. - Não haverá um objetivo comum a ser perseguido, então as pessoas não
trabalharão em conjunto, ao contrário, competirão por recursos. - Não haverá nada de convincente a oferecer, gerando uma mentalidade de consumidor ao invés de uma mentalidade de doador.
Craig Groeschel, pastor e um dos palestrantes cativos do maior evento anual de liderança mundial, o The Global Leadership Summit, disse em seu livro “Lidere com isso em mente” que há três níveis de envolvimento dos colaboradores com a visão da organização:
Nível 1: as pessoas acreditam na visão o suficiente para se beneficiar dela. Se envolvem com a organização apenas para realizar seus objetivos pessoais. É conveniente ou cômodo estar ali. Elas recebem algo da empresa que as satisfaz e é isso que importa, pois possuem uma mentalidade consumista.
Nível 2: as pessoas acreditam na visão o suficiente para contribuir confortavelmente. Se envolvem um pouco mais com a organização, mas desde que de forma leve. Possuem certo nível de tolerância a desconfortos, nada que exija maiores esforços. Ficam felizes em ajudar, se não lhes custar muito.
Nível 3: as pessoas acreditam na visão o suficiente para entregar suas vidas a ela. Ou seja, elas suportam inconvenientes em prol de uma causa maior. Encontram alegria na doação sacrificial e no serviço altruísta. Doam-se por inteiro, não deixam nada para trás. Dedicam tudo o que são. Possuem alto coeficiente de tolerância a dificuldades e desafios. Esse é o nível que explica as ações de voluntariado, por exemplo. As organizações nas quais a maioria dos seus membros está neste nível, possui vida própria.
As empresas desejam que o nível de envolvimento das pessoas com a sua VISÃO seja máximo! Entretanto, isso é implicado por fatores específicos, sendo que podemos destacar cinco fundamentais:
Perfil comportamental dos envolvidos (e aqui nos referimos primeiramente aos líderes e, em segundo plano – mas não menos importante – aos colaboradores. Bons perfis se destacam como otimistas, flexíveis, proativos, produtivos, comprometidos etc.)
Ambiente organizacional saudável (seguro, funcional, ético, respeitoso eque proporcione desenvolvimento das pessoas)
Cultura organizacional forte (a soma dos bons comportamentos daspessoas, caso contrário a cultura será fraca)
Criação de um sistema de identificação, recompensa ou valorizaçãodaqueles que vivem a visão.
Qualidade e intensidade da transmissão da visão. Comunicar, vez após outra, de maneira formal e criativa. Ao longo do ano, contar histórias sobre a visão, ilustrar, usar exemplos em tempo real de fracassos da organização para reafirmar a visão, reunir a equipe para renovar e celebrar a visão, fazer reuniões de projeção da visão para líderes e colaboradores.
Concluindo: a visão reflete os objetivos da empresa, quem ela quer ser ou para onde quer ir, por isso deve ser memorável e as pessoas devem ser capazes de transmiti-la aos outros, com facilidade. Contudo, precisa ser sustentada por valores e somente assim será motivacional.Se a visão não agita as pessoas e as impulsiona para a ação, ela é pequena demais.
Autora:
Mitzi Siqueira Peres e Sousa